terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Não o via há semanas e, dependesse de mim, continuaria sem vê-lo, mas o acaso pôs-nos frente a frente. Trocámos olás, colocámos as questões que a boa educação exige, despedimo-nos. Desejou-me um bom ano de 2010. Então, olhei-o bem nos olhos, profundamente, passaram 15 segundos, e virei-lhe as costas, após resolver não dizer nada. O que se passa é que não preciso de gritar ao mundo que o meu 2010 será óptimo, menos ainda a ele. Por outro lado, também não lhe desejo um bom ano de 2010, e naquele dia em particular não me apetecia mentir, muito menos ser desagradável (estava um dia de chuva tão lindo). O silêncio foi a melhor opção. Se nunca mais o vir, sei que, de mim, guardará na memória o meu intenso olhar, a violentá-lo - impiedoso - durante aqueles 15 segundos que, para si, deverão ter durado uma eternidade. Quanto a mim, sei que daqui a um ano, se me perguntarem, não saberei de quem se trata.

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