sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Quando a nossa relação acabou, eu não chorei. Limitei-me a voltar para casa, sozinho, e a passar a noite em claro, pensando, mais o copo de whisky, junto da janela.
Semanas passaram, e por vezes ainda penso nele. O seu silêncio, desde então, dilacera-me. Como ousou arriscar o silêncio, após o adeus? Como ousou viver sem mim?
Penso. Que estará ele a fazer, neste momento? Certamente sozinho, que ninguém o quereria, a não ser eu. No fundo, fiz-lhe um favor. Terá consciência disso?
Pensará em mim?

O telemóvel toca, e reconheço o número. O nome já não aparece, porque a primeira coisa que fiz, semanas antes, foi apagá-lo da minha lista. Estou a ouvir a Cry me a river. Subo o volume e atendo a chamada, oiço «estou só, preciso de ti», mas nada digo. Julie London canta
Now you say you're lonely
You cry the whole night through
Well, you can cry me a river, cry me a river
I cried a river over you.

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