quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Eu estava perdido, quando apareceu um homem encapuçado, que me estendeu a mão. O meu primeiro impulso teria sido dar-lhe a mão, deixar que me levasse, que me construísse um caminho, que eu seguiria, cego, unicamente com a roupa que trazia no corpo, despido de todo o resto, físico ou metafísico. Mas pensei, e disse:
- Não, que eu não dou a mão a qualquer um!
Quem era este homem? Perguntei-lhe, não me respondeu. Fiquei possesso, disse:
- Prefiro andar perdido, a andar às costas de um homem que não conheço.
Então uma voz vinda de algum ponto longínquo disse:
- Por mais que queiras acreditar que sim, jamais encontrarás um homem que conheças.
E tinha razão. Meti-me logo às cavalitas do homem encapuçado, apalpei-lhe os músculos notáveis das maminhas - aqui estava um homem que valia a pena seguir - e esperei que me levasse para um local com flores.

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